VIVAves – Pesquisa e Conservação das Aves do Sul de Ilhabela
As aves encantam a humanidade há muito tempo. Atualmente o grupo é composto por mais de 11.000 espécies (BirdLife International, 2023), distribuídas por todo o planeta e habitando uma grande variedade de habitats, desde os pólos até as regiões mais secas. Mas é na região neotropical que a diversidade atinge seu ápice e o Brasil é um dos líderes em riqueza de espécies, com mais de 1971 espécies viventes (CBRO, 2021). Assim, observar aves pode ser uma atividade acessível (além de muito prazerosa) a grande parte das pessoas, crianças e adultos, e tem crescido em diversas partes do mundo, inclusive em Ilhabela.
Ilhabela está localizada numa área considerada pela BirdLife International como prioritária para a conservação das aves (IBA BR177), com registro de 384 espécies (Wikiaves, 2023). Por essa razão, o VIVA Instituto Verde Azul criou o VIVAves, que tem por objetivo desenvolver ações educacionais e pesquisas científicas relacionadas à conservação das aves que ocorrem no entorno da sede do Instituto – florestais e costeiras -, no sul da ilha.
O VIVAves é um projeto que busca, através da pesquisa científica, gerar informações sobre aves da região costeira e Mata Atlântica. As atividades já estão em andamento e são direcionadas à duas pesquisas: inventário das espécies que ocorrem no entorno da sede do Instituto (no bairro de Borrifos, sul da ilha) e no monitoramento da avifauna do Estuário da Barra Velha, através do Censo Internacional de Aves Limícolas (ISS – International Shorebird Survey) e Censo Nacional de Aves Aquáticas (CNAA), promovido no Brasil pelo ICMBio/CEMAVE. Utilizamos as plataformas digitais de Ciência Cidadã eBird e iNaturalist para compartilhar os dados do projeto e assim contribuir globalmente com dados científicos.
Um dos objetivos do projeto é possibilitar que visitantes e equipe VIVA conheçam a avifauna local através da observação das aves e suas relações com os ecossistemas presentes.
A proposta deste catálogo é auxiliar a equipe do VIVA e demais observadores na identificação das aves que habitam as proximidades da sede do instituto e também contribuir com dados científicos para a conservação da avifauna local.Como parte da missão do projeto, todos os registros são compartilhados na plataforma digital de ciência cidadã eBird, fazendo da sede um hotspot para observação de aves em Ilhabela.
A primeira versão do catálogo digital conta com cerca de 40 espécies, que pode ser baixado neste link ou acessado abaixo (deslize para conhecer as espécies):
A lista com todas as espécies observadas até o momento pode ser encontrada neste link, e será atualizada mensalmente.
Se você visitou o VIVA e quer contribuir com nosso trabalho de monitoramento, pode usar o eBird ou iNaturalist como ferramenta. Elas são as maiores plataformas de Ciência Cidadã do mundo e os dados ali inseridos ajudam diversos projetos de conservação. No eBird, depois de fazer os registros, basta marcar no mapa a sede do Instituto (denominada na plataforma “Sede do VIVA Instituto Verde Azul“). Esses registros nos ajudam a entender a riqueza, abundância e sazonalidade das aves no local. Já no iNaturalist, todas as obsrrvações com registro de localização irão diretamente fazer parte do nosso projeto.
Atividades desenvolvidas no projeto
Em julho de 2024, a equipe do VIVAves participou do Censo Nacional de Aves Aquáticas (CNAA), realizado entre os dias 3 a 18 de fevereiro e 6 a 14 de julho e organizado internacionalmente pela Wetlands International. No Brasil, é coordenado pelo ICMBio/CEMAVE. O objetivo do CNAA é chamar atenção para a importância das aves e dos ambientes aquáticos, identificar e monitorar áreas úmidas de importância internacional, obtendo dados para estimativas populacionais das aves aquáticas através do monitoramento de longo prazo de mudanças nos números de aves aquáticas, além de ampliar o conhecimento sobre espécies pouco compreendidas
Nossa equipe monitorou uma nova área para o Censo, o manguezal da Barra Velha, em Ilhabela (SP) e a praia da Fortaleza e Itaipu, em Praia Grande (SP), área monitorada desde 2020 pelo biólogo da equipe, Marcio C Motta . Para aproveitar possibilidades durante o deslocamento entre uma cidade e outra, foram feitos censos também em Bertioga (Lagoa do Lixão) e Santos (Praia do José Menino). As contagens foram realizadas através de Ponto Fixo, com duração de 15 minutos.
Após as contagens, os dados são repassados para uma planilha específica e serão enviadas à Coordenação Nacional do CNAA no Brasil, que em seguida passam a fazer parte do banco de dados da Wetlands International. Em nosso caso, aproveitamos também para contribuir com as plataformas de Ciência Cidadã eBird e iNaturalist, onde desenvolvemos projeto específico com trinta-réis e gaivotões no litoral de São Paulo.
Foram realizadas 7 contagens entre Ilhabela e Praia Grande, observando um total de 31 espécies e 944 indivíduos, com destaque aos mais de 700 de trinta-réis-reais e de-bando (Thalasseus maximus e T. acuflavidus) observados em Santos e Praia Grande e registros muito interessantes para a região, como Trinta-réis-de-coroa-branca (Sterna trudeaui) e Trinta-réis-do-bico-vermelho (Sterna hirundinacea).
Ficamos muito felizes em contribuir com informações sobre as aves da nossa região e esperamos que esses dados, a longo prazo, possam de alguma forma auxiliar nos esforços de conservação tanto das espécies quanto dos ambientes que estas habitam.
Veja o resultado completo do censo em nosso Relatório de Viagem no eBird: https://ebird.org/tripreport/260400
Entre os dias 05 e 06 de outubro de 2024, participamos do 1º Censo do Papagaio-Moleiro (Amazona farinosa) em Ilhabela, um evento colaborativo de extrema importância para a conservação dessa espécie ameaçada. Organizado pela ASM Cambaquara e World Parrot Trust, o censo envolveu voluntários e instituições locais (parceiros), que se uniram para observar e registrar os papagaios ao redor da ilha.